sexta-feira, 1 de maio de 2009

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Já á uns quantos dias que eu não postava :S, a minha net acabou-se, então tive de esperar (ou desesperar) até hoje.










Tenho andado confusa, desligada...posta de parte? A mesma questão assombra a minha mente todas as vezes que encaro a realidade "Será que os meus olhos veêm o mesmo que os vossos olhos?". Sinto-me como se vivesse numa realidade só minha em que a vida dos restantes cria um elo com a minha, mas que de certa maneira não me afecta realmente. Talvez se eu optasse por uma vida mais sociável me sentisse menos á parte do mundo que me rodeia.
Eu estou aqui e vocês aí, no entanto ocupamos o mesmo espaço. Será possível? Houve vezes em que pensei ter atravessado essa "linha" que me separa dos "normais", houve vezes em que me senti como parte da realidade de muitas outras pessoas e elas da minha.
Agora permanecendo calada, escuto, observo e tiro as minhas conclusões, sem que nunca seja necessário alguém ouvir a minha voz desnecessária.
Acho que tenho pavor de me mexer quando estou acompanhada. A sensação de que me observam é quase constante e insuportável. Todos estão sempre á espera de que eu respire ou dê quaisquer sinais de vida. O que é que estão á espera que aconteça? Serei uma espécie estranha? Não me vão ver cair concerteza!
Tento parecer delicada e respeitadora, no entanto sem nunca deixar transparecer nada que tenha a ver comigo de uma maneira mais intima.
Gosto que a minha vida privada continue privada. Parte dela reconheço que mesmo eu a tento esquecer. Quero perder o medo de falar...eu nem sei porque o tenho. Qual é o mal falarmos quando achamos que devemos? Supostamente deveríamos poder falar quando queremos sem termos vergonha, no entanto porque será que isso acontece? Eu vejo os outros a falarem tão abertamente que quase sinto inveja, por vezes até ódio, por serem tão livres e ao mesmo tempo desrespeitadores.
















O meu dia-a-dia

Acordo, olho para as horas. O relógio ainda não tocou, posso durmir mais 5 ou 10 minutos. Levanto-me e dirijo-me para o armário. Observo e vejo que não tenho nada de que realmente goste para vestir, no final opto por qualquer coisa o mais androgena possível. Dirijo-me para a porta e tento ouvir quaisquer barulhos do lado de fora do meu quarto. O caminho parece livre, a Mlher ainda não acordou. Abro a porta e corro para a casa de banho e fecho a porta atrás de mim. De seguida oiço uma porta a abrir-se.
-A cabra ouviu-me...
Pede-me como sempre se pode ir á casa de banho, eu como sempre, deixo. Ligo a água e preparo-me para entrar no banho. Sinto a água quente a vir contra mim, arrepios percorrem o meu corpo fezendo-me quase esboçar um sorriso. Quando acordo dos meus desvaneios reparo que já passou mais do que o tempo necessário para eu continuar no banho. Tenho de me despachar não quero chegar outra vez atrasada! Visto-me e tento fazer tudo sempre com a mesma rotina, primeiro as meias, depois boxers, a seguir sotien, blusa e só depois as calças. Enrolo a toalha na cabeça e dirijo-me para o meu quarto. Pego num creme qualquer e evito olhar-me ao espelho enquanto espalho o creme no meu rosto. Vou outra vez para a casa de banho, desta vez para lavar os dentes. Lavo os dentes e passo água fria por a cara. Olho-me mais uma vez ao espelho e tento ver se estou de algum modo simétrica...uma perda de tempo. Tiro a toalha da cabeça e sacudo o cabelo para se soltar mais, enquanto ponho espuma. Ato o cabelo, e olho-me ao espelho...perda de tempo, pensei mais uma vez. Pego nas coisas da escola, telemóvel e leitor de mp3. São 8 e 22, acho que tenho tempo! Corro para a escola enquanto me sinto satisfeita por ter conseguido acordar cedo, enquanto oiço música. Sinto-me perdida e um alien quando chego ao recinto escolar. Á esquerda situam-se sempre algumas pessoas estranhas que teimam em olhar para todos os que se atrevem a entrar para dentro da escola...eu finjo ser superior e não ligo. Entro e dirijo-me para o único bloco onde tenho as minhas 3 míseras disciplinas. Espero por alguma cara que me seja familiar para que a possa seguir, pois nunca sei onde é a sala... Felizmente encontro sempre uma pessoa com quem falo até razoavelmente bem naquela turma. Dirigimo-nos para a porta da sala enquanto esparamos pelo professor. Sinto-me incrivelmente desconfortável agora que parei de andar, vejo-me rodeada de muitas pessoas..não é nada bom. O professor chega, eu entro e sento-me ansiosa e expectante por uma aula que simplesmente acaba por se tornar quase num pesadelo de tão monótona. Finalmente tocou para a saída. Arrumo as minhas coisas e enquanto saio da escola sou acompanhada por a minha colega de turma. Ao sairmos da escola seguimos caminhos diferentes. Abrando um bocado tentando oganizar as minhas ideias...para onde vou agora? Decido ir para casa. Chego a casa e tento fazer o menos barulho para não chamar a atenção da Mlher. Inevitável, fui ouvida. Passamos uma pela outra apenas trocando olhares hostis. Abro a porta do meu quarto e tranco-me. Olho em volta e vejo duas cadelas felizes por me verem...já não sei corresponder á sua felicidade. Decido então arrumar o quarto. Queria poder pôr música, mas não quero que a mlher a oiça os meus sentimentos ou que sequer desconfie que eu os sou capaz de os ter, então opto por ficar no silêncio ensurdecedor. Acabo de limpar e não tenho mais nada para fazer. A fome finalmente começa a notar-se mais visivel, resolvo sair do quarto e ir buscar alguma coisa para comer á cozinha. Chego á cozinha e reparo que a Mlher está lá, mas que falta de sorte! Pego algumas coisas para comer sempre com o olhar dela preso em cada movimento que faço. Nunca soube o que é que ela quer comigo! Faço outra vez o caminho até ao meu quarto e fecho a porta e sento-me para comer enquanto tento pensar em alguma coisa para me distrair. Acabo de comer e tento fazer alguma coisa de produtivo no portátil...perda de tempo. Tento escerver alguma coisa acerca do que penso e do que quero que aconteça...perda de tempo mais uma vez. Olho para o relógio, 16 e 47, ainda falta muito tempo até ter de me ir deitar outra vez. Á noite recebo uma mensagem "sais esta noite?", e eu penso "levei o dia todo sem fazer nada e só agora que ele não tem nada para fazer é que se lembra de mim..." enfim opto por responder que sim. Saio e tento parecer no mínimo normal, tento sorrir, falar e divertir-me. Volto para casa e dirijo-me para o pc no qual tento escrever mais qualquer coisa desinteressnte acerca da minha vida sem nexo. Desligo o pc e volto-me a deitar, tento pôr os meus pensamentos em dia, e digo a mim mesma de que amanhã não desistirei de viver e que irei á escola mais uma vez, mesmo não querendo. Tenho pesadelos durante a noite, então decido adormecer a ver um filme qualquer no portátil.
Isto é a minha vida no dia-a-dia. Uma perda de tempo!

Um comentário:

Inês v. Barreiros disse...

Também me sinto muitas vezes numa dimensão diferente das outras pessoas que me rodeiam.. o que nos faz sentir sozinhas mesmo estando rodeadas de pessoas.

Talvez não seja uma perda de tempo.. possivelmente as coisas melhoram um dia, acho que ajuda marcar uma meta/objectivo que te faça ter vontade de viver mais um dia.
beijinho*